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Mostrando postagens de julho, 2013

Mistérios (Jocimar Pereira)

Mistérios acontecem Mistérios aconteceram no passado Esse relato é verdadeiro É dos nossos antepassados Meu pai conta Que ouviu o pai dele contar Que o seu pai contou De um mistério de Coroatá O fato acontecia Bem próximo ao cemitério Na passagem da linha do trem Se dava o tal mistério Depois das onze horas Quem por ali passava Sentia algo muito estranho E depois se desencontrava A pessoa ficava perdida Sem saber aonde estava Não conhecia o lugar Às vezes se desesperava Por alguns minutos O tal fato acontecia E nem pedir ajuda A pessoa podia Sozinha e solitária Em casa e tão distante A sorte era que o mistério Acabava em um instante Conta a lenda que Um dia o mistério voltará E algum dia novamente Perdido alguém ficará Por isso tenha cuidado Quando a linha atravessar A passagem poderá fazer Você se desencontrar Meu pai conta ainda Que o pai dele contou Que uma parte do segredo Seu pai não r...

Caboclo lá do Mato (Jocimar Pereira)

Sou caboclo lá do mato Sou lá do interior Com toda essa mudança Hoje já nem sei quem sou Eu olhava para o céu E podia adivinhar Se era tempo de colheita Se era tempo de plantar Hoje olho para cima E nada entendo não Passarinho do inverno Tá cantando no verão É CHUVA NO VERÃO, É SECA NO INVERNO O QUE TÁ ACONTECENDO? O QUE FOI QUE ACONTECEU? TEM ALGUMA COISA ESTRANHA OU O CABOCLO ENDOIDECEU Até o meu jumento já não marca a hora certa Não relincha meio dia Nem às seis horas desperta O meu galo garninzé As horas não sabe mais Canta às três canta às seis Não posso dormir em paz É CHUVA NO VERÃO, É SECA NO INVERNO O QUE TÁ ACONTECENDO? O QUE FOI QUE ACONTECEU? TEM ALGUMA COISA ESTRANHA OU O CABOCLO ENDOIDECEU Já não canta a cigarra Não canta mais o sabiá Canto do currupião Não escuto mais por lá Não há pisada de paca Não há rastro de tatu No rio onde pescava Não vejo nem cururu E pelo jeito que tô vendo Logo acaba o babaçu.