Ser Eu e Ser Poeta (Jocimar Pereira)
Meu pensamento voa
Viaja para bem distante
Madrugada a dentro
Um pouco sonolento
Parado por um instante
Essa viagem noturna
Buscando entender
Parado, sentado
Imóvel, calado
Desejo de escrever
É como um corpo sedento
De água necessitado
Assim meu pensamento
Buscando alimento
Na poesia escravizado
Essa inspiração
Que não vem te sossegar
E eu também esperando
Para de poesia te alimentando
Este meu corpo aquietar
Temas diversos misturam
As palavras vou buscando
Mas é preciso escolher
E começar a escrever
Minha mente sossegando
Os temas se chocam
As palavras também
Tudo se encaixa no final
O resultado ficou legal
Nem valor talvez tem
Quem se importa
Se o poeta pernoitou
Se escreveu e corrigiu
Se chorou ou se sorriu
Se talvez nem publicou
É poeta, meu poeta
Já é madrugada
Talvez tua poesia
Durma sem a alegria
De ser pertubada
Talvez nem lida, poeta
Mais uma despercebida
Mas eu preciso sim
Nem que seja só pra mim
Precisa ser concebida
Alimento pra alma
Alegria para o coração
Para a mente calmaria
Para o corpo energia
Rabiscada pela mão
É mais uma que nasce
Mais uma filha gerada
Mais uma que vai passar
E quando o poeta acordar
Talvez nem seja lembrada
Mas vai escrevendo, poeta
Escreve sem te importar
Pois um dia lá na frente
Vai se lembrar toda gente
Que tu esteve por cá
Talvez nem mais esteja
Por cá escrevendo
Aí talvez terás
Muitos correndo atrás
Parece até que estou vendo
Uma dupla felicidade
Esta poesia me fez encontrar
De ser eu e ser poeta
Dois seres e uma meta
Uma mente a pensar
Talvez a graça de ser feliz
Na duplicidade está
Por ser dois e nunca sozinho
Poeta é amor e carinho
Nunca solitário ficar
Por isso vamos seguir
Até mesmo sem importar
Se vai ser lida ou rejeitada
Será mais uma publicada
Já tem eu para gostar
Escreve poeta, escreve
Nosso alimento pra alma
Tu escreve e eu aplaudo
Somos a platéia e o palco
Cada poesia alegra e acalma
Escreve poeta, escreve
Eu gosto do teu escrever
Talvez quem sabe um dia
Outras palmas com alegria
Se juntem a mim por você.
Comentários