Com a Morte na Garupa (Jocimar Pereira)


Nossa querida terra
Volta por outra de coração partido
Estou buscando entender
A causa de tanto sofrer
Com o que tem acontecido

Em nossa querida terra
Ecoa um grito mudo
Ninguém consegue escutar
A voz  da razão falar
Estamos sempre de luto

Em nossa querida terra
Todos sabem aconselhar
O problema é o aconselhado
Por não ficar calado
Não consegue escutar

Seria o barulho do paredão
Que não permite ouvir
Ou seria mesmo a falta de atenção
O não ouvir a razão
Que faz na moto a morte subir?

Ela tem andado de carona
Ela, a morte
Tem comandado o destino
De rapazes, moças e até meninos
Tem  sido o caminho, a sorte

Talvez sorte não seja a palavra
Para definir tal situação
Que arranca do aconchego e do carinho
Que traça destino, o  caminho
Que atropela, pisa, esmaga o coração

Porque? Me responda, porque?
Tanta vida ceifada
Por falta de prudência
Pela impaciência
Famílias destruídas, vida acabada

As autoridades competentes
Apontam a solução
Buscam colocá-las em prática
Mas muitas vezes estática
Resgatam mais um corpo no chão

A desobediência talvez seja culpada
Com outros culpados mais
Uma desobediência danada
Das regras, das leis aprovadas
Dos conselhos dos pais

Ela, a morte
Tá na garupa andando
Leve pra quem levar
Leve pra quem carregar
Pesada pra quem vai ficando

Ela, a morte
Sobre duas rodas tá andando
Não importa  quantos a moto aguenta
Sem espaço atrás, no tanque senta
Na frente vai comandando

Para andar sobre duas rodas
O capacete é essencial
Antes de ser obrigatório
Deveria ser principal acessório
Mas pra maioria, coisa banal

Ela, a morte
Conseguiu na cabeça colocar
Implantou lá no cerebelo
Que capacete assanha o cabelo
Por isso, melhor não usar

Ela, a morte
Conseguiu na cabeça implantar
Que para ir lá na esquina
Buscar sua amada, sua mina
Não precisa capacete usar

Raramente se encontra
O conjunto completo a rodar
Todos aprenderam o macete
De no cotovelo usar o capacete
No caso da blitz parar

Raramente se encontra
Moto, motoqueiro, capacete afivelado
Já seria muito exigir
O item principal pedir
O motoqueiro habilitado

Quantos ainda serão preciso
Esse tipo de morte levar
Para que pelo menos da  cabeça
A proteção não esqueça
O capacete colocar

E não me venham com desculpas
Que capacete ajuda a criminalidade
Porque quem tem roubado vidas
Deixando famílias sofridas
É a imprudência em nossa cidade

A prudência é uma das virtudes
Maior que podemos carregar
Leve ela no lugar da morte
Terás uma melhor sorte
O capacete vai te salvar

A prudência vai contigo
Quando correto você pilotar
Só dois na moto e não esqueça
Capacete na cabeça
Use os dois  pneus pra rodar

Sem excesso de velocidade
A prudência não gosta de correr
Come cru o apressado
E se estiver habilitado
Bato palmas pra você

Já vivi a experiência
De um filho acidentado
E imagino o sofrimento a dor
De quem perde um amor
Para esse trânsito malvado

Precisamos urgentemente
Nosso povo conscientizar
Sei que muito tem se tentado
Mas não posso ficar calado
Preciso também gritar

Talvez essa geração
Não vá mais escutar
Mas para a geração futura
Precisamos mudar a cultura
Desde a infância despertar

Quem sabe é o momento
De na escola ensinar
Direção defensiva na escola
Ser matéria obrigatória
Incluir na grade curricular

O certo é que precisamos
Encontrar a solução
Mais um acidente fatal
Morte não é coisa banal
Uma mãe não morre em vão

É hora do basta
É  hora do não
Descer da garupa a morte
Dar a essa terra melhor sorte
É hora de valer a legislação

A quem é de competência
Faça a regra valer
Pra preservar a vida
É preciso tomar medida
Doa em quem doer

Essa é um tema
Que não queria me inspirar
Mas diante da situação
Não poderia calar a razão
E minha arte usar
Recebam com tristeza um abraço
Do Poeta Jocimar

Comentários

Deus abençoe pelo seu dom de poetizar. Infelismente é uma realidade e que devemos pedir a Deus a sua misericórdia para que tenhamos dias melhores. Um abraço meu amigo e poeta Jocimar. Tem meu respeito e minha admiração.

Postagens mais visitadas deste blog

Parabéns Coroatá!!!!!!!

8 de Abril (Jocimar Pereira)

ITAPECURU: LÁGRIMAS E LENDAS (Jocimar Pereira)