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Mostrando postagens de novembro, 2021

Inveja (Jocimar Pereira)

 O macaco e a cutia Sempre juntos andavam Eram amigos demais Muita alegria e paz Pela floresta espalhavam O macaco de galho em galho A cutia seguia no chão Os caroços ia roendo Das frutas que o macaco comendo Dividiam  a refeição  Mas a cutia não deixava De o rabo do macaco observar Tu tens o rabo forte    Queria ter a sorte  De um rabo desses usar  E seguiam floresta a dentro  Naquele eterno brincar  O macaco no rabo se sustentando  A cutia o rabo invejando  Queria um daquele ganhar  Nas andanças pela floresta  Encontraram certo dia Uma bela árvore carregada  Próximo a linha que cortava No meio da mata a ferrovia Era a linha do trem Que passava no meio  da floresta Enquanto o macaco colhia Os frutos e depois comia Os caroços pra cutia era festa Sentada sobre um dormente  Com seu rabo sobre o trilho                                            A cutia os caroços deliciava  E para o rabo do macaco olhava  Tinha inveja de tanto brilho  De olho na cauda do amigo A cutia nem conta dava  No r

Segredos do Tempo (Jocimar Pereira)

  O buriti tá caindo Despencando ao chão A Jussara tá madura A manga não tá mais dura Tá indo embora o verão Mas ainda falta um pouco Dá tempo da roça preparar Algumas chuvas torrenciais Antes do tempo, nunca demais Para o calor acalmar Com esse tempo diferente Que às vezes chega a assustar A previsão do caboclo Com o nosso tempo louco Às vezes chega a falhar Mas nada que o impeça De seguir a sua missão Cuidando e preparando a terra Um ciclo que inicia e encerra Com a colheita de arroz e feijão A lua linda iluminando É sempre referência principal Lua vermelha sinal de sol Sinal de frio o arrebol A natureza é fenomenal Quão sábio é o caboclo Que aprendeu esses sinais decifrar E é essa sabedoria especial Adquirida de forma natural Que pra bem colher ensina bem plantar Ao caboclo com respeito e admiração Do Poeta Jocimar

Tribunal da Vida (Jocimar Pereira)

 A vida julga É um eterno julgar Até quem tem culpa Não julga Nem escuta Prefere condenar O dedo apontado É fácil apontar Mas é preciso entender Que quando um dedo estender Três apontam pra cá Os tribunais da vida Na tecnologia montado Insultam, ofendem, agridem História, passado, denigrem A defesa é ficar calado A consciência do réu Em nenhum momento o acusa Na consciência Deus habita Encontro da força pra vida Força pra seguir na luta O efeito da acusação Ferida profundas causando Aos acusadores a memória De Cristo Jesus a história A cada um vai perdoando Tá até liberado Para a primeira pedra atirar Já foram todas jogadas Só por "justos" atiradas Pedras não mais há Segue o julgamento Por "justos  autointitulados" Todos os erros cometidos Mas que serão corrigidos Pelo Homem da Cruz, perdoados Por isso segue o réu Calado, fiel à missão Determinado à obediência Do seu Pastor a consciência Da final decisão Há um veredicto E muitos outros virão Mas nenhum será mais for