Inveja (Jocimar Pereira)

 O macaco e a cutia

Sempre juntos andavam

Eram amigos demais

Muita alegria e paz

Pela floresta espalhavam


O macaco de galho em galho

A cutia seguia no chão

Os caroços ia roendo

Das frutas que o macaco comendo

Dividiam  a refeição 


Mas a cutia não deixava

De o rabo do macaco observar

Tu tens o rabo forte   

Queria ter a sorte 

De um rabo desses usar 


E seguiam floresta a dentro 

Naquele eterno brincar 

O macaco no rabo se sustentando 

A cutia o rabo invejando 

Queria um daquele ganhar 


Nas andanças pela floresta 

Encontraram certo dia

Uma bela árvore carregada 

Próximo a linha que cortava

No meio da mata a ferrovia


Era a linha do trem

Que passava no meio  da floresta

Enquanto o macaco colhia

Os frutos e depois comia

Os caroços pra cutia era festa


Sentada sobre um dormente 

Com seu rabo sobre o trilho                                           

A cutia os caroços deliciava 

E para o rabo do macaco olhava 

Tinha inveja de tanto brilho 


De olho na cauda do amigo

A cutia nem conta dava 

No rabo do macaco ligada

Com o seu pouco preocupada

Que o trem se aproximava 


Com o rabo em cima do trilho

Que era um pouco maior

O trem passou decepando  

Um pedaço do seu rabo cortando

A cutia ficou "bicó" 


Moral da estória que conto

Em que a cutia parte do rabo perdeu

É que a pessoa que fica preocupada 

Com a vida alheia ocupada

Acaba esquecendo o seu 


Por isso sempre procure

Da sua vida cuidar

Quem vive olhando o de outrem 

Nunca será feliz com o que tem     

Nem vai conseguir prosperar   

Siga a dica e conselho

Do Poeta Jocimar.   


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