O trem (Jocimar Pereira)


Uma terra nasce
Cresce, alegra, entristece
Uma terra não morre
Sofre, pena, padece

Uma terra progride
Volta, vai, vem
Por si só nunca
Sempre depende de alguém

Um vai
Outro vem
E a terra às vezes parece
Terra de ninguém

Em uma terra passa trilhos
Passa até progresso
E a terra às vezes nem vê
Fica no regresso

Uma terra passa trilhos
Até alumínio passa
Mas a terra fica muitas vezes
Jogada às traças

Uma terra aonde o trem passa
Pode até progresso passar
Mas às vezes o progresso tão perto
Passa longe de lá

E o trem que corre nos trilhos
Num vai e vem a rodar
Leva e traz o progresso
E o progresso nunca chega por cá

E a terra continua
Com o trem do progresso passando
E o povo às vezes nem se importando
Se o trem está atrapalhando

É o trem do progresso
Que todo dia vai e vem
Levando e trazendo o progresso
Só aqui nessa terra, não deixa nada pra ninguém

Próximo ao aniversário dessa terra
E o poeta desanimado
Usa as palavras
E dá o seu recado

Tá na hora desse trem
Do progresso aqui parar
Ou então chegar um “cabra macho”
E esses trilhos tirar

E esse trem do progresso
Que “desprogresso” só traz
Desviar o caminho
E buscar outros ramais

Começou tocado a lenha
Com uma tal Maria Fumaça
Hoje tocado a diesel
Esse trem que por aqui só passa

E em nossa terra
Nada fez mudar
Só atrapalhar a gente
De um lado pra outro passar

E com esse trem que não traz nada
Já estamos acostumados
Que se ele incomoda às vezes
Nem ficamos incomodados

Por isso trem, vê se para
Vê se dá uma parada
E vê se traz o progresso
No meio dessa tua bagulhada

E aí vou te deixar passar
Apesar da incomodação
Então trem você conquistará
De Coroatá o coração.

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