O Morro (Jocimar Pereira)

-
Da janela do meu banheiro
Um cenário me chamou atenção
A beleza clara do morro
Em uma noite de verão

Parei e fiquei a observar
Até do meu banho esquecí
Acho que olhei com os olhos do coração
Parece a pintura mais bela que já ví

Há quanto tempo ele está alí?
Há quanto tempo sou seu vizinho?
Porque ainda não tinha olhado ele antes
Com esse olhar de carinho?

Imponente, robusto
Forte e grandioso
Faunado, florado
Bonito e formoso

Há quanto tempo ele está lá?
Muito antes de existir Coroatá
E porque eu não o via?
Eu via, não sabia era olhar

Lembro-me algumas vezes
Minha atenção ele despertou
Quando estava coberto de neblina
Mas não dava pra ver seu glamour

Ah morro me desculpa
Há dez anos aquí estou
E ainda não tinha te olhado desse jeito
Mas acho que você sempre me olhou

Você está no fundo do meu quintal
Vou te olhar diferente
Você é extensão da minha casa
Faz parte da vida da gente

Ah morro agora me deu uma tristeza
Em alguns dias vou me mudar
É a nova casa dos meus sonhos
Tem lago, tem árvores, tem pássaros a cantar

Mas não fique triste morro
Vamos nos afastar, mas não nos separar
Lá no novo lugar
Da janela do meu quarto posso te observar

Vamos continuar juntos
Nessa amizade de irmão
E a santa vai ficar de frente pra mim
Oferecendo maior proteção

Se você vier a Coroatá
Não deixe desse ponto turístico visitar
Vá até o Morro do Machado
E veja a beleza do nosso lugar

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Parabéns Coroatá!!!!!!!

-
Tive a felicidade de homenagear nossa querida Coroatá através de alguns versos, poesias e canções. Tenho certeza que esses versos, essas poesias e essas canções refletem não somente o meu amor por esta terra mas também um sentimento forte, de quem verdadeiramente ama Coroatá. Tive a felicidade de há quase duas décadas compor a toada "Minha Terra" que todo coroataense conhece, fiz também "8 de abril" e uma canção chamada "Minha terra II" que alguns amigos já tiveram a oportunidade de ouvir, tudo em homenagem a nossa terra mãe. Hoje não vou versar porque essa terra tem alma, eu consigo sentir a alma dela e sua alma tá triste e com certeza minha poesia não seria alegre. Por isso, só te desejo Feliz Aniversário Coroatá e pra não passar em branco, segue abaixo a letra da canção "Minha Terra II": Princesa do Vale Itapecuru Teu calçadão te embeleza Cidade verde suas árvores seus gramados Dão a ti maior grandeza Na tua barragem Banho igual não há ...
Leia mais

8 de Abril (Jocimar Pereira)

-
8 de Abril Dia em que nascí Neste país varonil Não sei se sou braços, Mãos, pés, pernas, Cabeça ou coração Só sei que sou parte integrante Desta maravilhosa nação Nasci e  cresci formosa Jamais morrerei Permanecerei maravilhosa Robusta, saudável e frondosa Maravilhosa em meus poetas Que me cantam em suas canções Que me eternizam em seus corações Que me glorificam em canções encantadas Que me exaltam em suas toadas Toadas de alegria E não de tristeza Que exaltam a minha formosura E a minha beleza Coroatá terra linda Terra de se encantar Terra robusta terra saudável Melhor lugar Onde encontrar? Só em você Coroatá Robusta pela firmeza da minha gente Inteligente, paciente E acima de tudo competente Robusta pela força do meu povo Capaz de morrer E por mim Nascer de novo Terra saudável Quem te viu doente? Jamais alguém te verá És firme, és linda És maravilhosa, és Coroatá És encantadora És guerreira És da lua o brilhar És o refletir do s...
Leia mais

ITAPECURU: LÁGRIMAS E LENDAS (Jocimar Pereira)

-
          Sr. Juvenal, um pescador, caçador e lavrador que hoje, com mais de sessenta anos, ainda morando na mesma casa à beira do Rio Itapecuru, no Município de Coroatá, Maranhão, onde nascera, vivendo da aposentadoria, a que tivera direito por ser associado da Colônia de Pescadores, com uma saúde invejável e uma facilidade de relatar em detalhes todos os momentos de sua bem vivida vida, através da lembrança viva na memória conta, principalmente aos netos, a história de suas aventuras, a maioria delas sobre uma canoa. Homem simples, estatura média, corpo fino e moreno, queimado pelo sol diário , na luta pelo sustento da família, com uma longa história pra contar e encantar quem ouve. Levantava sempre muito cedo para cuidar da roça que ficava rio acima, uma hora e meia de remadas sem direito a uma parada para descanso, era o tempo que ele levava de sua modesta casa até o seu destino rotineiro. Criou cinco filhos às custas do vai e vem di...
Leia mais