Pescaria no Cachimbo II (Jocimar Pereira)

Esse relato é verdadeiro
Você pode acreditar
É mais uma que aconteceu
Em nossa Coroatá
Pescar à noite no Caximbo
É mesmo de assombrar

Um pescador muito conhecido
Me fez um assombroso relato
Que aconteceu com ele
Foi na ponte do caximbo o fato
No momento da aparição
Ele se arrepiou no ato

Era cedo da noite
Uma sexta feira pra variar
Nosso amigo pescava sozinho
Não se fez acompanhar
A pescaria tava boa
Em um bom caldo já começava a pensar

De repente do seu lado esquerdo
Uma tarrafada é jogada
Bem próximo ao seu lado
O pescador estava
Ele puxou uma prosa
E o colega nada falava

Como é de costume
Em pescaria não se fala demais
Porque assusta os peixes
E a pescaria fraca faz
Então pensou consigo
É experiente esse rapaz

De repente uma nova tarrafeada
Dessa vez do seu lado direito
A água se abriu e deu pra ver
Que foi um lance perfeito
Mas o pescador não poderia passar sem ele ver
Porque o lugar era estreito

Havia uma barreira alta
E um pequeno espaço pra se movimentar
E o pescador não podia ir da sua esquerda pra direita
Sem ao seu lado passar
Nessa hora nosso pescador
Começou a se arrepiar

Com um misto de medo e coragem
Sua lanterna acendeu
Clareou em sua volta
E a presença de ninguém percebeu
E a lembrança do pescador misterioso
Em sua mente apareceu

Lembrou da história
Que um dia ouviu seu pai contar
Do pescador misterioso
Que aparecia naquele lugar
Era o pescador tinha certeza
Que junto com ele estava a pescar

Um sinal da cruz
Um rápido benzimento
Foi o que nosso amigo lembrou
De fazer naquele momento
Não sentia os pés nos chão
Só o sopro de um vento

Retomou sua respiração
E raciocinou rapidamente
Sabia que tinha que sair dalí
Antes que o medo dominasse sua mente
E a tarrafa mais uma vez foi lançada
Bem ali na sua frente

Tarrafa em punho
Saco de peixe na outra mão
Pés pra que te quero ele acionou
Batia forte o coração
Nosso amigo bateu em retirada
Com medo da assombração

Quando em sua moto chegou
Rapidamente tudo organizou
Mas na hora de dar a partida
A chave não encontrou
Deixou na beira do Igarapé
Ele logo se lembrou

Tinha que ir lá novamente
Outra solução não havia
Passar a noite ali
Isso ele não queria
Respirou fundo e voltou
Muita coragem agora cria

Quando se aproximava do local
Onde sua chave deixou
La em cima da ponte
Sua moto acionou
É um ladrão vai levar minha moto
Foi isso que ele pensou

Ficou receoso mas voltou
E quando em sua moto chegou
Não havia ninguém
E dela se aproximou
Misteriosamente como foi acionada
A moto se desligou

Nosso amigo pescador
Sentiu um forte frio
A chave na moto estava no contato
Mais um forte arrepio
Seu coração ficou estreito
Da  largura de um fio

Depois de muitas pedaladas
A moto conseguiu acionar
E quando chegou em casa
Não conseguia nem falar
Foram três dias de febre
Teve até que internar

Por isso muito cuidado
Quando à noite for pescar
Nas águas existem mistérios
É bom você lembrar
Porque se não tiver coragem
Pode até se assombrar

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