Cine Vitória (Jocimar Pereira)


Quanta saudade que tenho
Do passado, da infância
Do meu tempo  de menino
Do meu tempo de criança

Nas tardes de domingo
No cinema o vesperal
Paixão de Cristo era certeza
De lotação total

Bruce Lee o lutador
Apanhava mas sempre no final
Ficava com a vitória
Aplicando um golpe mortal

Do nosso único cinema
Que tinha por nome Vitória
Só resta hoje a lembrança
Como saudade na memória

O picolé do Sr. José Campos
Tinha um sabor especial
Igual o espetinho do Pelé
Em frente ao cinema local

A velha praça testemunhou
De alegria vibrava
Cheia de jovens ansiosos
Que a outra sessão esperava

Houve um tempo em que o cinema
As velhas carteiras tirou
Com aconchegantes poltronas azuis
Mais belo e confortável ficou

Aos domingos sempre estava lá
Indo o cinema prestigiar
A noite só para os adultos
Nem o cartaz podia olhar

A chamada para o filme
Muito me encantava
Quando o locutor José Rêgo
Para o cinema convidava

Enquanto vou escrevendo
Na memória tudo vai voltando
Cada detalhe do cinema
Até a fita quebrando

E quando a fita quebrava
O tempo para emendar
Dava pra na ir sorveteria
E um picolé chupar

Enquanto vou escrevendo
Sinto a necessidade
De ir ao local do cinema
Para matar a saudade

Por um momento eu penso
Que vou lá tudo encontrar
Mas ao chegar no local
Fez minha realidade voltar

A praça não é mais a mesma
No prédio o cinema não há
O Pelé já não vem mais
A sorveteria não está lá

O locutor já não fala suave
Anunciando a sessão
O som da propaganda
Agora é num paredão

Ah, tá tudo diferente
O cinema já está na mão
Dentro do celular
Posso escolher a sessão

Mas não tem graça
Porque que foi mudar?
Fico triste por quem não pôde
No Cine Vitória entrar

Mas me alegro por assistir
Na minha lembrança reviver
Mais uma sessão do cinema
Que José Campos sabia fazer

Foi real e não um fantasma
Fantasma era o nome do operador
Que emendava a fita aos gritos
De quem a sessão pagou

Quem não acredita ainda hoje
O Fantasma aqui está
Procure o Zequinha no INSS
E ele vai te confirmar

Zequinha é o próprio Fantasma
Que jamais um dia assustou
Ao reproduzir o filme, o Fantasma
Muito coroataense alegrou

Por isso resta a saudade
Desses velhos tempos passado
Que ainda hoje presentes
Através do Poeta rabiscado

Obrigado Senhor pela poesia
Que nos permite no tempo voltar
Viajando em letras e versos
Histórias de Coroatá
Escritas pelo teu Filho Poeta
Simples e humilde Jocimar

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