Coroatá - Nove Nove (Jocimar Pereira)


A beira do primeiro centenário
Vamos entrar nos nove nove
Com uma geração esperançosa
Orantes pela fé que move

Fé que move montanhas
E que nos leva ao morro
Nas costas o machado
Belo te quero de novo

Nas costas o machado
Não para quebrar o coco
O machado nas costas
É para lembrar o morro

A tua praça central
Aquela  do cinquentenário
Estará bem diferente
Quando chegar teu centenário

Da velha estação
Nos nove nove só restará
Entregar para os cem
A lembrança do que não há

Não há passageiros
Não há cocadeiros
Não há bolos
Não há laranjeiros

Nos nove nove
Da velha estação
Só o trem incomodando
A nossa população

Mas deixa ele aí
Cometendo os seus excessos
Talvez um dia na passagem
Ele deixe o progresso

Já te imaginou nesses noventa e nove
Sem o trem Coroatá?
Muito silêncio tendo só
O paredão pra incomodar

Deixa o trem passar
Do velhinho sentado à porta
Ele relembra
O tempo que não volta

E tua ponte?
Que ajudou a Tresidela evoluir
Tá firme e forte
Alguns dizendo que ia cair

Meio século de gente passando
Alguns indo outros voltando
No balanço do belo rio
Chega ao centenário balançando

Está chegando o teu centenário
E os nove nove é pra avaliar
O que daremos no novo século
Pra nossa Coroatá

Muito já foi feito
Há muito por se fazer
Bastante pra recuperar
Muito pra se manter

Mas nesta véspera de centenário
Esta terra tem muito que se orgulhar
Da sua gente, do seu povo
Dos seus filhos, Coroatá

Gente humildade, verdadeira
Receptiva, acolhedora
Gente de origem simples
Guerreira, batalhadora

Gente que sabe ser gente
Quando o assunto é o irmão
Gente que não vira as costas
Gente que estende a mão

Por isso minha gente
Vamos comemorar
Por ser a geração presente
Nos Cem anos de Coroatá

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